25 janeiro 2007

O aborto, a angústia e os direitos

Nos debates sobre o aborto, os argumentos invocados são uma multiplicidade impressionante. Fala--se de tribunais e maternidades, clínicas espanholas e classes sociais, prisões, embriões, semanas, impostos e decretos-leis. No meio de assuntos tão variados, apresentados de forma tão intensa, é fácil perder de vista o essencial.

Ninguém duvida que a questão do aborto cruza problemas distintos.

Mas ele nasce de um dilema muito simples, e muito doloroso, situado no seu núcleo essencial. É esse dilema que gera a enorme dificuldade da questão e motiva o debate tão decisivo e apaixonado. Todos os outros aspectos e pormenores perdem o valor perante esta dualidade elementar.

Na questão do aborto voluntário verifica-se a contraposição entre dois valores básicos e fundamentais: o direito à liberdade da mãe e o direito à vida do embrião. Aliás, os próprios movimentos que se opõem manifestam isto mesmo, ao denominarem-se respectivamente "pela escolha" e "pela vida". Assim, a resposta à pergunta do referendo apresenta-se de forma cortante. Quem acha que a liberdade da mulher para determinar a sua vida e o seu corpo é essencial deve votar "sim". Quem pensa que o direito à vida do embrião é dominante deve votar "não".

Ninguém duvida que cada um destes direitos representa algo de essencial na dignidade humana. O específico no debate do aborto é que cada um deles, sendo fundamental, se opõe ao outro que é igualmente fundamental. Assim, de certa maneira, ao defender um se está implicitamente a menosprezar o outro. Isto é que torna a questão tão angustiante. A sua dificuldade vem precisamente deste custo: secundarizar e diminuir algo de vital ao proclamar um aspecto também vital.

Ter consciência deste custo ajuda, não só a ver a importância da questão, mas também a entender e, talvez, a respeitar os adversários. Eles lutam por um valor que não podemos deixar de reconhecer. Percebe-se também que, dada a dificuldade do dilema, tanta gente procure escamotear a questão levando-a para campos acessórios. Mas a verdade irredutível é que o problema mantém sempre toda a sua dolorosa acuidade: dois direitos básicos opõem-se quando uma mulher contempla abortar o filho que gerou.

Todos os outros elementos e argumentos, dos traumas pós-aborto aos riscos para a saúde pública, das razões sócio-económicas à constitucionalidade da lei, só ganham significado na solução deste dilema central. Que interessa o défice do orçamento perante os riscos da liberdade individual? Que significam os inconvenientes pessoais face a uma vida humana em risco?

Mas, como vimos, o peso de cada um desses valores mede-se no confronto com o outro. Essa é a gritante dificuldade. Quem vota "sim" tem de estar preparado para levar a sua defesa da liberdade da mulher a ponto de se sobrepor à vida do filho em gestação. Deve votar "não" quem acha que a vida do embrião tem um valor tão grande que chega para sacrificar a liberdade da sua mãe em definir o seu futuro num momento tão doloroso. Um "sim" está pronto a destruir uma vida e um "não" prepara-se para restringir uma liberdade pessoal fundamental. Este é o profundo dramatismo do dilema. Não há volta a dar-lhe: é preciso escolher uma resposta e ela, qualquer que seja, tem sempre implicações terríveis.

Não admira também que tanta gente opte pela abstenção. Mas a fuga nada resolve e o dilema mantém-se mesmo para os que não olham. Por outro lado, quem diz que a lei deve deixar uma questão tão importante à decisão de cada um abre involuntariamente a porta a potenciais atrocidades. No fundo, os primeiros votam "não" sem querer, pois a abstenção favorece o quadro vigente, enquanto os segundos ambiguamente concordam com o "sim", e ambos de forma passiva. Nunca se esqueça de que o regime nazi se afirmou perante a abstenção de uns e a demissão de outros.

Este é o dilema elementar do referendo. Mas existe um detalhe que rompe o paralelismo: os dois lados não se colocam igualmente perante estes termos. Os defensores do "não" assumem o sofrimento das mães, criando muitas instituições para o aliviar, enquanto os do "sim" costumam escamotear a vida do embrião. Isto só por si revela um facto indesmentível: postos francamente em confronto, o valor da vida sobrepõe-se naturalmente ao da liberdade. Sem liberdade a vida resiste, mas sem vida não há nada. Essa é a razão por que em todas as civilizações da História o aborto provocado foi em geral sempre repudiado.

João César das Neves
in Diário de Notícias
Professor universitário
naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt

23 janeiro 2007

Caminhada pela vida

Vigília de Oração

Ontem à noite, realizou-se uma Vigília de Oração na Capela de Nossa Senhora da Ouvida, na qual participaram muitas pessoas de vários pontos do concelho de Castro Daire.

A Vigília foi proporcionada pelo Secretariado Diocesano para a Pastoral Juvenil da Diocese de Lamego que está a promover que uma Chama da Vida percorra todos os Arciprestados da Diocese. A Chama da Vida chegou à Capela da Ouvida por volta das 19.30h, trazida pelos jovens de Cinfães.


A Vigília teve início pelas 20.30h. Presidiu o Sr. Pe. Diogo Filipe, pároco do Mezio. Depois da exposição do Ss.mo Sacramento, rezou-se o Terço. Houve também espaço para a leitura do Evangelho, depois do qual o Sr. Pe. Diogo propôs uma breve reflexão. Em seguida, houve algum tempo de silêncio, seguindo-se depois as preces. A vigilia terminou com a Benção do Ss.mo Sacramento.



Foram alguns os jovens que participaram activamente na Vigília: os jovens das Monteiras, que animaram os cânticos e leram algumas das meditações do terço; de Castro Daire e do Mezio que, além das meditações do terço, também deram voz às preces da Oração dos fiéis. E houve muitas outras pessoas que, enchendo a Capela de Nossa Senhora da Ouvida, desejaram elevar a sua voz a Deus em oração.
As fotografias da Vigilia podem ser vistas aqui

19 janeiro 2007

Vigília de Oração

Na próxima segunda feira, pelas 20.30h, realizar-se-á uma Vigília de Oração pela Vida, na Capela de Nossa Senhora da Ouvida, aberta a todas as pessoas do Arciprestado de Castro Daire.
A organização da Vigília está a cargo do Secretariado Diocesano para a Pastoral Juvenil.

Reunião com os Mordomos

Amanhã, sábado, haverá uma reunião para todos os mordomos das várias festas da Paróquia: do Espírito Santo, nas Monteiras; de S. João, na Relva; de Nossa Senhora da Saúde, em Colo de Pito.
A reunião será pelas 15h no Salão Paroquial, nas Monteiras.

Conferência sobre o Referendo ao Aborto

No passado sábado, 13 de Janeiro, realizou-se uma Conferência no Salão Paroquial sobre o referendo que se avizinha. Foi conferencista o Dr. Miguel Pinto, médico, com raizes familiares na nossa freguesia. Esteve ainda presente o Dr. António Faure, professor.
Nessa ocasião, foi possível ver um filme que, de um modo gráfico, mostrou vários aspectos do que está em jogo no próximo referendo.
O Dr. Miguel Pinto ilustrou os vários aspectos cientificos, médicos e económicos, indicando a defesa de toda a vida humana como sendo a actitude mais correcta de abordar o próximo referendo.

13 janeiro 2007

Jornal da Paróquia disponivel online

O Jornal da Paróquia pode ser consultado aqui ou no seguinte endereço: http://www.box.net/public/0q7iv599ns

05 janeiro 2007

A Paróquia tem um novo Jornal

A nossa Paróquia terá, a partir deste fim de semana, um novo Jornal.

O Jornal, que será mensal, será gratuito e será distribuido depois da Santa Missa do primeiro domingo de cada mês.

O mesmo jornal estará também disponivel para ser consultado aqui na página da Paróquia.

Presépio na Igreja


Este ano, à semelhança dos anos anteriores,
foi feito o Presépio na Igreja Paroquial,
graças ao trabalho generoso
de várias pessoas.

Ano novo, vida nova

Ao longo das últimas semanas, esta página tem-se ressentido das muitas ocupações pastorais. Agora que o ritmo regressa à normalidade, também as actualizações serão mais frequentes.

Faço votos que este ano de 2007 seja cheio de alegrias para todos aqueles que por aqui forem passando.

O Pároco